terça-feira, 21 de setembro de 2010

PERFIL DA AGRICULTURA FAMILIAR

INTRODUÇÃO




O conceito de agricultura familiar é relativamente recente no Brasil antes, falava-se em pequena produção, pequeno agricultor, agricultura de baixa renda ou de subsistência e até mesmo o termo camponês. DENARDI (2001)


Porém estes conceitos envolvem um julgamento prévio sobre o desempenho econômico destas unidades, o que se pensa tipicamente como pequeno produtor é alguém que vive em condições muito precárias, que tem um acesso nulo ou muito limitado ao sistema de crédito, que conta com técnicas tradicionais e que não consegue se integrar aos mercados mais dinâmicos e competitivos. Milhões de unidades chamadas pelo Censo Agropecuário de "estabelecimentos" estão nesta condição.


Entretanto dizer que estas são as características essenciais da agricultura familiar é desconhecer os traços mais importantes do desenvolvimento agrícola tanto no Brasil como em países capitalistas avançados nos últimos anos.


Os empreendimentos familiares têm como característica principal a administração pela própria família; e neles a família trabalha diretamente, com ou sem o auxílio de terceiros. Podemos dizer, também, que um estabelecimento familiar é, ao mesmo tempo, uma unidade de produção e de consumo.


O presente estudo teve como meta conhecer e traçar um perfil para a agricultura familiar brasileira baseando em pesquisas de desenvolvimento rural nos últimos anos.


Desenvolvimento


Os agricultores familiares já receberam diferentes nomes. O homem rural é conhecido como roceiro e caipira pessoa rústica, atrasada e ingênua. São palavras depreciativas, ofensivas, muitas vezes relacionadas à preguiça, a pouca disposição para o trabalho.


Vale a pena ressaltar que cinco "grupos" que estão na origem da nossa agricultura familiar: os índios; os escravos africanos, os mestiços; os brancos não herdeiros; e os imigrantes europeus.


Hoje em dia, no entanto é composta principalmente pelas famílias assentadas por programas de reforma agrária, família de seringueiros, ribeirinhos, extrativistas, famílias atingidas por barragens, famílias indígenas e de quilombolas.


Como o próprio nome diz na agricultura familiar o trabalho e a gestão, ou seja, a administração é predominantemente familiar. Não é contrariamente ao que dela se diz com freqüência, um simples reservatório de mão-de-obra pelo contrario alem de fixar o homem no campo contribui para o desenvolvimento do setor. Temos que romper com a identificação automática entre agricultura familiar e pobreza ela não pode ser tomada como sinônimo de pequena produção.


É em torno da agricultura familiar que, nos países capitalistas centrais, organizou-se o desenvolvimento agrícola, Mesmo num país marcado pela força do latifúndio e pelo peso social de milhões de estabelecimentos que, de fato, são pequenos sob o ângulo de sua participação na oferta agrícola, há um segmento importante de agricultores familiares cuja expressão econômica é muito significativa e em alguns casos até majoritária.


GASSON e ERRINGTON (1993) apontam traços que formam o que na tradição da sociologia chama-se "tipo ideal" que serve para estabelecer uma síntese articulada de seis características básicas de certo comportamento, São elas:


1. A gestão é feita pelos proprietários.


2. Os responsáveis pelo empreendimento estão ligados entre si por laços de Parentesco


3. O trabalho é fundamentalmente familiar


4. O capital pertence à família


5. O patrimônio e os ativos são objetos de transferência intergeracional no interior


da família.


6. Os membros da família vivem na unidade produtiva


No entanto no que se diz respeito a desempenho, vários são os aspectos que interferem ou poderão interferir ao longo da vivencia da agricultura familiar que podem ser definidos de dois ângulos:


Do ponto de vista externo como a inadequação das políticas públicas; terra insuficiente, de má qualidade em áreas marginais para a produção e em muitos casos não detém o título de domínio, crédito rural insuficiente, inadequado e burocratizado; tecnologia gerada não atende às suas necessidades; instituições de assistência técnica e extensão rural que não atende a sua demanda; dificuldades de comercialização; restrições aos subsídios; falta de um mercado organizado a nível municipal.


Do ponto de vista interno dificuldades de organização; dificuldade de compreensão ampla de seus problemas; falta de capacitação gerencial e tecnológica para administrar sua atividade no contexto das recentes mudanças.


Existem programas de incentivos financeiros aos agricultores como, por exemplo, o programa nacional de fortalecimento da Agricultura Familiar. O PRONAF é um programa de fortalecimento da agricultura familiar, mediante apoio técnico e financeiro, criado pelo governo federal através do Decreto N.o 1946, visando propiciar condições para o aumento da capacidade produtiva, a geração de empregos e a elevação da renda dos agricultores familiares.


O desenvolvimento rural sustentável Crédito Rural - Atividades e Itens Financiados:


1. Bovinos, Ovinos, Caprinos, Suínos, Aves e Animais para serviço.


2. Pescadores, Apicultores, Criação de Peixes e Mariscos.


3. Equipamentos e Infra-estrutura produtiva.


4. Agroindústrias de Farinhas, Conservas, Doces, Laticínios, Polpas, Castanhos e Mel.






Fonte: http://www.webartigos.com/articles/16496/1/O-PERFIL-DA-AGRICULTURA-FAMILIAR-BRASILEIRA/pagina1.html#ixzz10CUdQ9Jp

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